quarta-feira, 8 de julho de 2009

DEUS CRIOU O MAL?

Isaias 45:7
"Eu formo a luz e crio as trevas; Eu faço a paz e crio o mal; Eu o Senhor , faço todas essas coisas."
O texto supracitado faz parte de uma profecia dada por Deus à Isaías, na verdade é um revelação de fatos que ainda iriam acontecer. Isaías viveu entre 740 a 618 aC e o reinado de Ciro só foi acontecer em 559-530 aC, 150 anos depois. O contexto está no capítulo 45:1-7 e trata-se de uma mensagem profética em relação ao Persa que seria Rei, chamado Ciro e que destruiria o Império Babilônico. Deus foi quem garantiu a vitória de Ciro, decretada neste texto.Deus mostra o seu poder e a sua soberania, nada acontece sem a Sua permissão e em tudo Ele tem um propósito abençoador mesmo em meio ao mal. O Senhor reina em qualquer situação. Muitas vezes nas Escrituras vemos Deus fazendo uso das situações contrárias, ou permitindo o mal para no final obter a justiça e mostrar o seu amor e bondade. Isto absolutamente evidencia que Deus tenha criado o mal.
O Problema do Mal
A ciência que trata de "problemas" é a filosofia e filosofia seria exatamente dar luz a problemas, para que haja respostas aos questionamentos do ser que pensa. A filosofia trata do problema do mal através da lógica, entretanto, não é simplesmente uma questão de pesar as provas positivas contra as provas negativas da bondade de Deus no mundo ou em seu plano divino. O problema do mal é um desafio muito mais sério para a fé cristã.
David Hume, filósofo escocês do século XVIII, endagou, dizendo: " Se Deus quer evitar o mal, mas não é capaz disso, então Ele é impotente. Se Ele é capaz, mas não quer evitá-lo, então Ele é malévolo. Se Ele é capaz de evitá-lo, como se explica o mal?"
Segundo Hume os cristãos não podem de forma lógica crer nas premissas; DEUS É ONIPOTENTE - DEUS É BENEVOLENTE - O MAL EXISTE. Que Deus é bom e todo poderoso há uma lógica, não há contradições nestas duas premissas. O problema só aparece quando apresentamos a terceira premissa, "O MAL EXISTE".
As três premissas: DEUS É TOTALMENTE BOM ; DEUS É TODO PODEROSO ; O MAL EXISTE. Esta aparente contradição é resolvida ao acrescentarmos uma quarta premissa: DEUS POSSUI UMA RAZÃO MORAL E SUFICIENTEMENTE BOA PARA A EXISTÊNCIA DO MAL.
Nos casos de Abraão, Jó e Jesus, Deus teve uma razão boa para a miséria humana envolvida. Apesar de não sermos capazes de entender porque Deus estava fazendo o que fez com eles, houve um propósito divino, e o resultado foi que nenhum deles e nem tão pouco nós estremecemos na convicção da bondade de Deus. (Gn 18:25 Rm 3:4)A justiça e bondade de Deus ficam além dos desafios e compreensão humana.
Conclui-se que o problema do mal não é uma dificuldade lógica, se Deus tem uma razão moral suficientemente para o mal existir, como a Bíblia ensina, então, a Sua bondade e poder não podem ser contestados.
O pecado e todas as misérias entraram neste mundo por meio da primeira transgressão de Adão e Eva, eles não confiaram na completa bondade de Deus. Assim como os descrentes que se recusam a aceitar a bondade de Deus. Quando aceitamos a bondade de Deus, solucionamos o problema do mal, qundo não aceitamos passamos a fazer parte do problema.
O que é o mal?
O mal não é uma coisa ou substância, antes é a falta ou a privação de algo bom que Deus fez.O mal é a corrupção das substâncias boas que Deus criou e não uma criação Dele.
Porque Deus na Sua Onipotencia não Destrói o Mal?
Deus não pode destruir literalmente todo o mal sem aniquilar o livre-arbítrio.A única maneira de destruir o mal seria destruíndo o bem do livre-arbítrio. Porém todos os acontecimentos e fatos, sejam eles bons ou maus, estão colaborando através do plano de Deus, para que em breve Deus derrote o mal preservando o livre-arbítrio. Sendo o mal a corrupção das substâncis boas que Deus criou, de onde veio essa corrupção ou quem corrompeu primeiro? Poderia ser Deus criador e destruidor de algo criado por Ele mesmo? Absolutamente, pois quem corrompeu uma das substâncis criadas por Deus foi Lúcifer.
Embora tenha sido criado por Deus, como todas as coisas, a atitude de Lúcifer não pode ser considerada como sendo de responsabilidade de Deus. Vejamos o que dizem as Escrituras em Isaías 14:13a e Ezequiel 28:2. Em ambos os textos tem a palavra coração no hebraico "LEB" que significa "lugar de rebelião e orgulho" A responsabilidde de Deus está em ter criado Lucifer, e Ele o criou perfeito, mas pela vontade do próprio Lúcifer foi desenvolvido a iniquidade. O mal como conhecemos surge então, apartir desta rebelião, como uma consequencia. Lúcifer é o responsável pela iniquidade pois ele corrompeu ou fez mau uso do livre-arbítrio.
O que é Livre-arbítrio?
Nenhum sistema moral será possível a menos que o indivíduo criado ou a critura seja considerado responsável pelas suas ações ou decisões. O Eterno plano de salvação, traçado por Deus, por intermédio de Cristo era um propóstito divino que antecedia à queda de satanás, não tendo sido arruinado por essa queda, porquanto a expiação, feita por intermédio de Cristo, era outra provisão para levar adiante os Seus propósitos e também um meio de cuidar dos péssimos resultados da rebeldia satânica. Deus produziu através dessa rebelião uma nova ordem de seres, Filhos de Deus, transformados à imagem de Cristo, seu Filho Amado.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

domingo, 7 de junho de 2009

sexta-feira, 5 de junho de 2009

A Comunicação Transcultural do Evangelho

Existe uma barreira cultural a transpor para que haja comunicação, que naturalmente não será vencida apenas pelo uso de microfone e uma caixa de som. Missionários já concluíram que a comunicação transcultural é de suma importância para o sucesso da proclamação do Evangelho. A velha retórica, como instrumento de uma boa comunicação, hoje está sendo reavaliada no cenário missiológico, para que o desempenho missionário seja perfeito em sua comunicação.
Em se tratando de comunicação, sempre temos a mensagem, o transmissor dessa mensagem e o receptor da mesma. A mensagem é a Palavra de Deus, o transmissor é o missionário e o receptor é uma pessoa de outra cultura, que pensa de uma maneira diferente da do transmissor e que da mesma forma formula suas idéias mediante aquilo que está ouvindo, a mensagem. A prioridade de Deus é que o Evangelho seja pregado de forma compreensível e inteligível, por todas as etnias. Certamente essa não é uma tarefa simples, levando-se em consideração as diferenças culturais. O Filósofo grego, Aristóteles, nos deixou uma grande contribuição ao chamar a atenção para os ouvintes. Pregar não é somente falar as verdades bíblicas para que todos ouçam, mas pregar, conforme a vontade de Deus, é falar de maneira que qualquer pessoa, em qualquer lugar, entenda dentro de sua realidade cultural a mensagem de salvação revelada aos homens através da Escrituras Sagradas.
O que é cultura afinal?
Segundo Louis Luzbetak, "Cultura é um modelo para a vida. É um plano segundo o qual a sociedade adapta-se a seu meio ambiente físico, social e ideativo. Um plano para lidar com o meio ambiente físico inclui questões como produção de alimentos e todo o conhecimento e habilidade tecnológicos. Sistemas políticos, vínculos por parentescos, organização familiar e leis são exemplos de adaptação social, um plano segundo o qual o indivíduo deve interagir com seu semelhante. O homem lida com o seu meio ambiente ideativo mediante conhecimento, arte, magia, ciência, filosofia e religião. As culturas não passam de respostas diferentes para problemas humanos essencialmente iguais.”
Características da Cultura:
A Cultura é adquirida.
A Cultura é compartilhada.
A Cultura é integrada.
A Cultura é transformada.
A cultura está ainda, dividida em três categorias, a cultura tecnológica, a sociológica e a ideológica. Esta última, também conhecida como cultura da cosmovisão, refere-se a categoria mais importante para o missionário, entretanto, a mais difícil de descobrir, analisar e modificar. Modificar, sim, esta palavra é duramente rejeitada pelos antropólogos, sobretudo o Cristianismo bíblico requer mudanças nos níveis mais profundos dos valores, crenças e cosmovisão.
Na evangelização transcultural é necessário que haja um estudo da cultura, para isso o missionário, antes de tudo, precisa entender a sua própria cultura. Por que pensamos de tal maneira, porque nos vestimos, comemos de essa e não de outra maneira. Todas essas características culturais são na realidade o modo como nos comportamos e não um modo, certo ou errado. Quando o missionário percebe, alcança essa maturidade cultural ele se livra do etnocentrismo cultural ou da projeção cultural. Na verdade ao entender que os traços culturais do transmissor são de uma forma diferente do outro, não fere a cultura receptora com as imposições de costumes da cultura do transmissor, no caso o missionário.
Na comunicação missionária surge um modelo tricultural, a cultura da mensagem, a cultura do transmissor e a cultura do receptor. Quanto a mensagem, trata-se da mensagem bíblica, entregue por Deus numa cultura, que podemos definir como cultura da Bíblia. Quanto ao transmissor, que é o missionário, é um cidadão de uma cultura bem diferente da cultura da bíblia e por último temos o receptor, que é o alvo da nossa pesquisa cultural.
A tarefa do missionário é interpretar a mensagem pretendida pelo Espírito Santo, depois explicar essa mensagem de forma significativa e persuasiva aos receptores no contexto de sua cultura. E isso se deve fazer com o mínimo possível de intromissão das predisposições culturais do missionário.”
Para que haja uma comunicação favorável às Escrituras se faz necessário a instrumentalidade da hermenêutica. Segundo a hermenêutica o evangelho tem validade supracultural, ou seja, as verdades bíblicas, especialmente as que se referem à salvação, são inegociáveis. Outra pressuposição hermenêutica é que o evangelho pode ser comunicado trransculturalmente.
Cristo e seus Comunicadores Enfrentam a Cultura
De acordo com a ordem de Cristo, os missionários são agentes de transformação cultural. Nesse sentido o missionário precisa estar ciente sobre o que Deus pensa sobre cultura e reconhecerem que cada cultura possui elementos de ordem divina e de rebelião satânica..
A Relação entre Cristo e a Cultura:
Cristo contra a Cultura = Cristo é maior que a cultura.
O Cristo da Cultura = A melhor cultura é a que está de acordo com as verdades bíblicas.
Cristo acima da Cultura = A graça aperfeiçoa a cultura.
Cristo e a cultura em paradoxo = Ambas têm autoridade.
Cristo como transformador da Cultura = A cultura é expressão da queda do Homem, em Cristo a cultura refletirá a glória de Deus.
Certamente que a cultura foi algo planejado por Deus, em Genesis Deus deu ao homem um mandato cultural, através do domínio do homem em toda a criação. O fato é que o pecado deixou sua marca na criação, na criatura e na cultura. Apenas através de Cristo o homem pode recuperar a cultura. Um fator relevante na questão cultural, trata-se da “religião”, tão comentada pelos antropólogos, religião no sentido de relacionamento do homem com Deus antecede a cultura, portanto não faz parte dela.
No contexto neotestamentário temos o mandato evangélico, expresso em Mateus 28:18-20. Nele Deus exige que os missionários ensinem tudo o que Jesus ordenou, é aí que a cultura é tocada diretamente, pois muitos ensinos de Cristo são contrários a cultura receptora. Nesse sentido é vontade de Deus que a cultura seja transformada para um viver cristão segundo as Escrituras. Tarefa essa que o missionário deverá levar em conta, primeiro, que a comunicação é totalmente inseparável da cultura e segundo, que embora o Cristianismo seja supracultural em sua origem, ele é cultural em sua aplicação. Para expressar com propriedade esse conceito lemos o pacto de Lausane:
A cultura deve sempre ser testada e julgada pelas Escrituras. Por ser o homem criatura de Deus, algo de sua cultura é rico em beleza e bondade. Por ser decaído, toda ela é contaminada com o pecado e parte dela é demoníaca. O evangelho não pressupõe a superioridade de nenhuma cultura sobre a outra, mas avalia todas as culturas de acordo com o seu critério de verdade e justiça, insistindo nos absolutos morais de cada cultura.”
O Conceito da Cultura vai variar de acordo com a leitura da mesma. Se por um lado o missionário lê que a cultura foi ordenada por Deus, ele põe esta em alto conceito, enquanto que outro interpreta que sendo o homem pecador e gerenciador dessa cultura, ele a tem com baixo conceito. Esse fato gera uma escolha de um posição:
* Um alto conceito da Bíblia e um baixo conceito da cultura.
* Um alto conceito da cultura e um baixo conceito da Bíblia.
* Um baixo conceito da Bíblia e um baixo conceito da cultura.
* Um alto conceito da Bíblia e um alto conceito da cultura.
Alto conceito da Bíblia significa dizer que toda a Bíblia é a Palavra de Deus. Alto conceito da cultura, significa avaliar as circunstâncias específicas que a cultura foi desenvolvida, não para concordar com ela mas para considerá-la lógica. Portanto essa deve ser a posição tomada pelo missionário, ter um alto conceito da Bíblia e um alto conceito da cultura, pois tal posição será relevante na pregação do evangelho e não ferirá a cultura receptora inferiorizando-a.
O Relativismo Cultural
Quanto a esse assunto, missionários e antropólogos, não se entendem bem. Para desmistificar o conceito de relativismo cultural é preciso entender o relativismo ético ou moral, “relativismo ético significa que dado costume deve ser julgado somente com base no fato de contribuir ou não para a continuidade da cultura em questão. O relativismo cultural está relacionado com a validade de um costume sob o aspecto de seu valor funcional dentro de uma cultura e não estipula que essa cultura seja o determinante exclusivo do que é certo ou errado.”
Um instrumento importante na análise cultural é etnografia, através de perguntas levantadas dentro da cultura, o etnógrafo reflete nos interesses e as preocupações da sua cultura ao invés da cultura receptora. Isso porque o etnógrafo se apossa das informações para aprender com as pessoas em vez de estudar as pessoas.
A Transformação da cultura ou a transformação das pessoas. De tudo que salientamos até agora, podemos solucionar esta questão pelo simples fato de que o evangelho é absolutamente capaz de transformar o homem e conseqüentemente a sua cultura.
Contextualização – Raízes Teológicas
Segundo o escritor, Hesselgrave, contextualizar é tentar comunicar a mensagem, trabalho, Palavra e desejo de Deus de forma fiel à Sua Revelação e de maneira significante e aplicável nos distintos contextos, sejam culturais ou existenciais, ou seja, comunicar o evangelho de forma teologicamente fiel e ao mesmo tempo humanamente inteligível e relevante.
Ao analisar a contextualização, a teologia, baseia-se em duas escolas de pensamento:
O Liberalismo – Tende ao sincretismo, por misturar os ensinos das várias religiões de modo a produzir uma experiência religiosa.
A Ortodoxia Clássica – Comprometida com a tarefa de comunicação do evangelho bíblico a todo o mundo, esse tipo de contextualização é também conhecida como “apostólica”.
No universo teológico, a partir dessas duas escolas de pensamento, muita divergência há, o que só traz desconforto para o meio missiológico. Isso ocorre por que a teologia não se casou com a missiologia. Alguns teólogos julgam a Obra missionária simplista demais, esse terrível engano tem produzido missionários sem preparo e teólogos sem amor pelos perdidos, ao ponto de romper os limites transculturais.
Missiologia e Teologia não devem ser tratadas como áreas separadas de estudo, mas sim como disciplinas complementares. A Teologia coopera com a Igreja ao fazê-la entender o sentido da Missão e a base para a contextualização do Evangelho. A Missiologia, por sua vez, dirige teólogos para o plano redentivo de Deus e os ajuda a ler as Escrituras sob o pressuposto de que há um propósito para a existência da Igreja.” RONALDO LIDÓRIO

segunda-feira, 1 de junho de 2009

ATITUDE SOCIAL, UMA RESPONSABILIDADE DA IGREJA.

cenário nº 1

Uma sociedade avançada, desenvolvida economicamente, prédios exuberantes, construções de luxo, vasto comércio com maravilhosas lojas, tudo do bom e do melhor.

Habitações luxuosas, mulheres exigentes, finas, elegantes, que valorizavam o que a vida pode lhes oferecer de melhor

Festas, ostentação, consumo exarcebado, luxo e riquezas.

cenário nº2

Um aglomerado de gente à margem da sociedade, oprimidos, roubados, impedidos de ter o essencial, trabalhadores escravizados ou escravos assalariados. Tristeza, engano, fome, frio, dor, cansaço, falta de oportunidades, opressão e desespero.

cenário nº3

Impunidade, os ricos mais ricos em detrimento aos pobres, cada vez mais pobres. A lei forjada, incapaz de atender ao pobre, porém serva do rico. A injustiça social sendo contemplada por todos, a lei favorecendo aos interesses pessoais.


Certamente esses cenários formam um retrato dos tempos odiernos. Identifica-se facilmente a classe dominante e a classe oprimida da sociedade atual. Sobretudo esses cenários fazem parte de uma outra época, duma época em que o povo de Deus estava dividido, Israel ao Norte e Judá ao Sul, Jeroboão II era o rei de Israel e esse povo vivia num período de abastança e riqueza (cenário nº1). Mas os olhos do Senhor são como chamas de fogo e Ele viu o pobre oprimido (cenário nº2).

O Deus de Israel, o nosso Deus, odeia a opressão econômica, detesta a injustiça social.

Deus chamou Amós, um profeta que não era profeta (7:14,15) para denunciar a injustiça social e proferir as Suas Palavras.

Hoje vivemos numa sociedade semelhante à sociedade de Israel, mas o mesmo Deus tem contemplado todas as coisas e nos chama, nós que não somos profetas, mas somos como Amós, trabalhadores, honestos, crentes, servos do Senhor, com compaixão, amor pelos perdidos, amor pelo oprimido, amor pelo próximo e indignados com a sociedade atual.

O Senhor Deus, na pessoa de Jesus Cristo, nos convoca, convoca a Sua Igreja para mudar o cenário atual, para não nos conformarmos com esse mundo injusto.

Vamos arregaçar as mangas e colaborar, interagir, projetar, transformar...

Nós somos portadores do amor, da compaixão, do zelo e do cuidado de Deus.

A Igreja tem a sua responsabilidae social;

- AJUDE INSTITUIÇÕES

- CRIE ESTRATÉGIAS NA SUA IGREJA

quarta-feira, 27 de maio de 2009

As faces da Teologia

O que pensam os membros comuns de nossas igrejas sobre a Teologia e sobre os teólogos profissionais?
Se pudéssemos entrevistar nossos amados irmãos, nos surpreenderíamos em saber o quão temido são os teólogos. Sem saber que estes também fazem teologia, nossos irmãos, aconselhariam, até mesmo, o distanciamento de tal ciência.
E numa tentativa arriscada, poderíamos, então causar uma grande confusão, ao afirmarmos que o mesmo cristão, tão severamente, contra a teologia, na verdade, também o é. Sim, os crentes comuns de nossas igrejas, ou constroem ou seguem a teologia popular ou a leiga.
Temos então três níveis de teologia, mas ainda faltam dois. No universo da reflexão cristã, existem pelo menos cinco estágios da teologia. Nesse pensar formal, a teologia surge como a fé em busca do conhecimento de Deus e de Sua Palavra. A teologia se apresenta como uma reflexão, com cinco níveis: A Teologia Popular, Teologia Leiga, Teologia Ministerial, Teologia Profissional e Teologia Acadêmica.

Teologia Popular
Sem nenhuma instrução teológica formal, crentes de várias épocas e denominações diferentes baseiam sua fé em crenças e práticas que foram formadas por meio de lendas e clichês. Tais clichês e lendas, conhecidos também por “ evangelendas” são construídas por pessoas, consideradas pelas massas, muito espirituais, e suas novidades também soam sempre muito espirituais. E se algum cristão tentar examinar a autenticidade bíblica de tais afirmações ou práticas, corre o risco de ser chamado de “carnal’. Obviamente que tal rótulo nunca será aceito na comunidade cristã.
Se tais crenças leva à um frenezi ou êxtase , dito espiritual, então esta é aceita e propagada
Porque qualificar essa fé cega, ingênua e nociva de teologia? Pelo simples fato de responder às questões fundamentais sobre a vida e por elaborar a crença e a vivência da fé cristã. E quais benefícios a Teologia Popular traz para a fé reflexiva? Pelo fato de teólogos leigos, ministeriais e profissionais, aprenderem dobre os anseios e necessidades das massas, e a partir daí, planejar e construir uma teologia que atenda às suas necessidades e que traga respostas coerentes às questões da vida, de Deus e da fé.

Teologia Leiga
A teologia leiga surge quando o cristão comum começa a refletir e questionar os clichês e as lendas da teologia popular, na tentativa de examinar e entender a sua fé. Para a teologia popular essa atitude reflete a diminuição da espiritualidade, quando na realidade o teólogo leigo ajuda a comunidade cristã a rever as suas ações e crenças, e ter uma fé mais madura e racional.

Teologia Ministerial
Através do estudo formal, do conhecimento básico dos idiomas bíblicos e no uso de concordâncias e comentários, os ministros, professores de EBD, pregadores e evangelistas, passam a construir e fazer parte da teologia ministerial.
Tal teologia é mais avança que a leiga pois formaliza a reflexão levando o cristão a um nível melhor.


Teologia Profissional
É preciso que haja uma fonte que supra as necessidades reflexivas tanto do teólogo leigo quanto do teólogo ministerial. Tais fontes são os seminários teológicos, os livros e os artigos que trazem informações concisas e coerentes para os ministros e leigos de nossas igrejas.
Quem proporciona todo esse aparato é o teólogo profissional. Portanto, teologia profissional é um instrumento que serve à comunidade cristã, fazendo com que os seus membros e obreiros possam pensar como Cristo.

Teologia Acadêmica
Chegamos, portanto, ao quinto nível da teologia, se de um extremo temos a teologia popular com sua cegueira reflexiva, no outro extremo temos a teologia acadêmica que não se preocupa com as dúvidas e incertezas do cristão comum.
A teologia acadêmica preocupa-se basicamente na especulação e na filosofia, do que com a vida cristã autêntica. Seu interesse exclusivo pela reflexão muitas vezes pode afastá-lo da fé, pois seus teólogos estão mais interessados no que pensam sobre Deus, do que no próprio Deus. Teólogos profissionais podem se beneficiar com os ensinos da teologia acadêmica, sobretudo, esta teologia pouco ou nada tem para beneficiar a igreja e os cristãos comuns.

Conclusão
Sabedores dos diferentes níveis da teologia, o estudante de teologia deverá se colocar à disposição da comunidade cristã. Uma pergunta é pertinente. Qual é o objetivo do estudo reflexivo e sistemático da teologia?
O objetivo do Senhor Jesus Cristo, é que a reflexão conduza o seu povo até a Sua Pessoa, até o Seu conhecimento.
Enquanto teólogos, que possamos alcançar a teologia profissional sempre com o intuito de servir, atentos à teologia popular, para que possamos dar luz à comunidade cristã e treinar os leigos e ministros nos seus ofícios eclesiásticos e ainda, reter o que de útil a teologia acadêmica pode oferecer.
Mas fundamentalmente, estarmos sempre, custe o que custar, no centro da vontade de Deus.

Vídeo da Janela Brasileira