quarta-feira, 17 de junho de 2009

domingo, 7 de junho de 2009

sexta-feira, 5 de junho de 2009

A Comunicação Transcultural do Evangelho

Existe uma barreira cultural a transpor para que haja comunicação, que naturalmente não será vencida apenas pelo uso de microfone e uma caixa de som. Missionários já concluíram que a comunicação transcultural é de suma importância para o sucesso da proclamação do Evangelho. A velha retórica, como instrumento de uma boa comunicação, hoje está sendo reavaliada no cenário missiológico, para que o desempenho missionário seja perfeito em sua comunicação.
Em se tratando de comunicação, sempre temos a mensagem, o transmissor dessa mensagem e o receptor da mesma. A mensagem é a Palavra de Deus, o transmissor é o missionário e o receptor é uma pessoa de outra cultura, que pensa de uma maneira diferente da do transmissor e que da mesma forma formula suas idéias mediante aquilo que está ouvindo, a mensagem. A prioridade de Deus é que o Evangelho seja pregado de forma compreensível e inteligível, por todas as etnias. Certamente essa não é uma tarefa simples, levando-se em consideração as diferenças culturais. O Filósofo grego, Aristóteles, nos deixou uma grande contribuição ao chamar a atenção para os ouvintes. Pregar não é somente falar as verdades bíblicas para que todos ouçam, mas pregar, conforme a vontade de Deus, é falar de maneira que qualquer pessoa, em qualquer lugar, entenda dentro de sua realidade cultural a mensagem de salvação revelada aos homens através da Escrituras Sagradas.
O que é cultura afinal?
Segundo Louis Luzbetak, "Cultura é um modelo para a vida. É um plano segundo o qual a sociedade adapta-se a seu meio ambiente físico, social e ideativo. Um plano para lidar com o meio ambiente físico inclui questões como produção de alimentos e todo o conhecimento e habilidade tecnológicos. Sistemas políticos, vínculos por parentescos, organização familiar e leis são exemplos de adaptação social, um plano segundo o qual o indivíduo deve interagir com seu semelhante. O homem lida com o seu meio ambiente ideativo mediante conhecimento, arte, magia, ciência, filosofia e religião. As culturas não passam de respostas diferentes para problemas humanos essencialmente iguais.”
Características da Cultura:
A Cultura é adquirida.
A Cultura é compartilhada.
A Cultura é integrada.
A Cultura é transformada.
A cultura está ainda, dividida em três categorias, a cultura tecnológica, a sociológica e a ideológica. Esta última, também conhecida como cultura da cosmovisão, refere-se a categoria mais importante para o missionário, entretanto, a mais difícil de descobrir, analisar e modificar. Modificar, sim, esta palavra é duramente rejeitada pelos antropólogos, sobretudo o Cristianismo bíblico requer mudanças nos níveis mais profundos dos valores, crenças e cosmovisão.
Na evangelização transcultural é necessário que haja um estudo da cultura, para isso o missionário, antes de tudo, precisa entender a sua própria cultura. Por que pensamos de tal maneira, porque nos vestimos, comemos de essa e não de outra maneira. Todas essas características culturais são na realidade o modo como nos comportamos e não um modo, certo ou errado. Quando o missionário percebe, alcança essa maturidade cultural ele se livra do etnocentrismo cultural ou da projeção cultural. Na verdade ao entender que os traços culturais do transmissor são de uma forma diferente do outro, não fere a cultura receptora com as imposições de costumes da cultura do transmissor, no caso o missionário.
Na comunicação missionária surge um modelo tricultural, a cultura da mensagem, a cultura do transmissor e a cultura do receptor. Quanto a mensagem, trata-se da mensagem bíblica, entregue por Deus numa cultura, que podemos definir como cultura da Bíblia. Quanto ao transmissor, que é o missionário, é um cidadão de uma cultura bem diferente da cultura da bíblia e por último temos o receptor, que é o alvo da nossa pesquisa cultural.
A tarefa do missionário é interpretar a mensagem pretendida pelo Espírito Santo, depois explicar essa mensagem de forma significativa e persuasiva aos receptores no contexto de sua cultura. E isso se deve fazer com o mínimo possível de intromissão das predisposições culturais do missionário.”
Para que haja uma comunicação favorável às Escrituras se faz necessário a instrumentalidade da hermenêutica. Segundo a hermenêutica o evangelho tem validade supracultural, ou seja, as verdades bíblicas, especialmente as que se referem à salvação, são inegociáveis. Outra pressuposição hermenêutica é que o evangelho pode ser comunicado trransculturalmente.
Cristo e seus Comunicadores Enfrentam a Cultura
De acordo com a ordem de Cristo, os missionários são agentes de transformação cultural. Nesse sentido o missionário precisa estar ciente sobre o que Deus pensa sobre cultura e reconhecerem que cada cultura possui elementos de ordem divina e de rebelião satânica..
A Relação entre Cristo e a Cultura:
Cristo contra a Cultura = Cristo é maior que a cultura.
O Cristo da Cultura = A melhor cultura é a que está de acordo com as verdades bíblicas.
Cristo acima da Cultura = A graça aperfeiçoa a cultura.
Cristo e a cultura em paradoxo = Ambas têm autoridade.
Cristo como transformador da Cultura = A cultura é expressão da queda do Homem, em Cristo a cultura refletirá a glória de Deus.
Certamente que a cultura foi algo planejado por Deus, em Genesis Deus deu ao homem um mandato cultural, através do domínio do homem em toda a criação. O fato é que o pecado deixou sua marca na criação, na criatura e na cultura. Apenas através de Cristo o homem pode recuperar a cultura. Um fator relevante na questão cultural, trata-se da “religião”, tão comentada pelos antropólogos, religião no sentido de relacionamento do homem com Deus antecede a cultura, portanto não faz parte dela.
No contexto neotestamentário temos o mandato evangélico, expresso em Mateus 28:18-20. Nele Deus exige que os missionários ensinem tudo o que Jesus ordenou, é aí que a cultura é tocada diretamente, pois muitos ensinos de Cristo são contrários a cultura receptora. Nesse sentido é vontade de Deus que a cultura seja transformada para um viver cristão segundo as Escrituras. Tarefa essa que o missionário deverá levar em conta, primeiro, que a comunicação é totalmente inseparável da cultura e segundo, que embora o Cristianismo seja supracultural em sua origem, ele é cultural em sua aplicação. Para expressar com propriedade esse conceito lemos o pacto de Lausane:
A cultura deve sempre ser testada e julgada pelas Escrituras. Por ser o homem criatura de Deus, algo de sua cultura é rico em beleza e bondade. Por ser decaído, toda ela é contaminada com o pecado e parte dela é demoníaca. O evangelho não pressupõe a superioridade de nenhuma cultura sobre a outra, mas avalia todas as culturas de acordo com o seu critério de verdade e justiça, insistindo nos absolutos morais de cada cultura.”
O Conceito da Cultura vai variar de acordo com a leitura da mesma. Se por um lado o missionário lê que a cultura foi ordenada por Deus, ele põe esta em alto conceito, enquanto que outro interpreta que sendo o homem pecador e gerenciador dessa cultura, ele a tem com baixo conceito. Esse fato gera uma escolha de um posição:
* Um alto conceito da Bíblia e um baixo conceito da cultura.
* Um alto conceito da cultura e um baixo conceito da Bíblia.
* Um baixo conceito da Bíblia e um baixo conceito da cultura.
* Um alto conceito da Bíblia e um alto conceito da cultura.
Alto conceito da Bíblia significa dizer que toda a Bíblia é a Palavra de Deus. Alto conceito da cultura, significa avaliar as circunstâncias específicas que a cultura foi desenvolvida, não para concordar com ela mas para considerá-la lógica. Portanto essa deve ser a posição tomada pelo missionário, ter um alto conceito da Bíblia e um alto conceito da cultura, pois tal posição será relevante na pregação do evangelho e não ferirá a cultura receptora inferiorizando-a.
O Relativismo Cultural
Quanto a esse assunto, missionários e antropólogos, não se entendem bem. Para desmistificar o conceito de relativismo cultural é preciso entender o relativismo ético ou moral, “relativismo ético significa que dado costume deve ser julgado somente com base no fato de contribuir ou não para a continuidade da cultura em questão. O relativismo cultural está relacionado com a validade de um costume sob o aspecto de seu valor funcional dentro de uma cultura e não estipula que essa cultura seja o determinante exclusivo do que é certo ou errado.”
Um instrumento importante na análise cultural é etnografia, através de perguntas levantadas dentro da cultura, o etnógrafo reflete nos interesses e as preocupações da sua cultura ao invés da cultura receptora. Isso porque o etnógrafo se apossa das informações para aprender com as pessoas em vez de estudar as pessoas.
A Transformação da cultura ou a transformação das pessoas. De tudo que salientamos até agora, podemos solucionar esta questão pelo simples fato de que o evangelho é absolutamente capaz de transformar o homem e conseqüentemente a sua cultura.
Contextualização – Raízes Teológicas
Segundo o escritor, Hesselgrave, contextualizar é tentar comunicar a mensagem, trabalho, Palavra e desejo de Deus de forma fiel à Sua Revelação e de maneira significante e aplicável nos distintos contextos, sejam culturais ou existenciais, ou seja, comunicar o evangelho de forma teologicamente fiel e ao mesmo tempo humanamente inteligível e relevante.
Ao analisar a contextualização, a teologia, baseia-se em duas escolas de pensamento:
O Liberalismo – Tende ao sincretismo, por misturar os ensinos das várias religiões de modo a produzir uma experiência religiosa.
A Ortodoxia Clássica – Comprometida com a tarefa de comunicação do evangelho bíblico a todo o mundo, esse tipo de contextualização é também conhecida como “apostólica”.
No universo teológico, a partir dessas duas escolas de pensamento, muita divergência há, o que só traz desconforto para o meio missiológico. Isso ocorre por que a teologia não se casou com a missiologia. Alguns teólogos julgam a Obra missionária simplista demais, esse terrível engano tem produzido missionários sem preparo e teólogos sem amor pelos perdidos, ao ponto de romper os limites transculturais.
Missiologia e Teologia não devem ser tratadas como áreas separadas de estudo, mas sim como disciplinas complementares. A Teologia coopera com a Igreja ao fazê-la entender o sentido da Missão e a base para a contextualização do Evangelho. A Missiologia, por sua vez, dirige teólogos para o plano redentivo de Deus e os ajuda a ler as Escrituras sob o pressuposto de que há um propósito para a existência da Igreja.” RONALDO LIDÓRIO

segunda-feira, 1 de junho de 2009

ATITUDE SOCIAL, UMA RESPONSABILIDADE DA IGREJA.

cenário nº 1

Uma sociedade avançada, desenvolvida economicamente, prédios exuberantes, construções de luxo, vasto comércio com maravilhosas lojas, tudo do bom e do melhor.

Habitações luxuosas, mulheres exigentes, finas, elegantes, que valorizavam o que a vida pode lhes oferecer de melhor

Festas, ostentação, consumo exarcebado, luxo e riquezas.

cenário nº2

Um aglomerado de gente à margem da sociedade, oprimidos, roubados, impedidos de ter o essencial, trabalhadores escravizados ou escravos assalariados. Tristeza, engano, fome, frio, dor, cansaço, falta de oportunidades, opressão e desespero.

cenário nº3

Impunidade, os ricos mais ricos em detrimento aos pobres, cada vez mais pobres. A lei forjada, incapaz de atender ao pobre, porém serva do rico. A injustiça social sendo contemplada por todos, a lei favorecendo aos interesses pessoais.


Certamente esses cenários formam um retrato dos tempos odiernos. Identifica-se facilmente a classe dominante e a classe oprimida da sociedade atual. Sobretudo esses cenários fazem parte de uma outra época, duma época em que o povo de Deus estava dividido, Israel ao Norte e Judá ao Sul, Jeroboão II era o rei de Israel e esse povo vivia num período de abastança e riqueza (cenário nº1). Mas os olhos do Senhor são como chamas de fogo e Ele viu o pobre oprimido (cenário nº2).

O Deus de Israel, o nosso Deus, odeia a opressão econômica, detesta a injustiça social.

Deus chamou Amós, um profeta que não era profeta (7:14,15) para denunciar a injustiça social e proferir as Suas Palavras.

Hoje vivemos numa sociedade semelhante à sociedade de Israel, mas o mesmo Deus tem contemplado todas as coisas e nos chama, nós que não somos profetas, mas somos como Amós, trabalhadores, honestos, crentes, servos do Senhor, com compaixão, amor pelos perdidos, amor pelo oprimido, amor pelo próximo e indignados com a sociedade atual.

O Senhor Deus, na pessoa de Jesus Cristo, nos convoca, convoca a Sua Igreja para mudar o cenário atual, para não nos conformarmos com esse mundo injusto.

Vamos arregaçar as mangas e colaborar, interagir, projetar, transformar...

Nós somos portadores do amor, da compaixão, do zelo e do cuidado de Deus.

A Igreja tem a sua responsabilidae social;

- AJUDE INSTITUIÇÕES

- CRIE ESTRATÉGIAS NA SUA IGREJA